Vencedores do Concurso Internacional de Fotografia de Aves Marinhas Anunciados!
Descubra as imagens vencedoras e celebre a beleza das aves marinhas da Macaronésia. Continue a percorrer esta página para ver os vencedores e saber mais sobre o concurso deste ano.
1º Lugar (adultos)
Phaethon lepturos, imagem de Gerby Michielson
Rabo-de-palha-laranja (Phaeton lepturos), Ponta Delgada, São Miguel.
Este ano o primeiro prémio vai para uma imagem de uma ave raramente observada nos Açores. De facto, trata-se apenas da segunda vez que esta ave foi observada em todo o paleárctico ocidental. O rabo-de-palha-laranja habita oceanos tropicais e subtropicais e é frequentemente avistada perto de ilhas, onde faz ninhos em fendas rochosas. É uma ave marinha deslumbrante, reconhecida pelas suas longas e finas penas caudais, bem como pela sua plumagem branca brilhante com marcas pretas. Deixa uma impressão marcante pela sua silhueta distinta e elegante como se pode confirmar na belíssima fotografia vencedora da edição de 2024 do concurso de fotografia da Asas do Mar.
Aqui fica a história do feliz acaso que deu origem a esta imagem, contada por quem a fotografou:
Cada ave rara tem a sua história, e esta foi especialmente curiosa. Vista pela primeira vez no verão de 2011 na Fajazinha, Ilha das Flores, esta ave encontrava refúgio na torre de uma igreja, possivelmente fugindo da perseguição em São Tomé. Após desaparecer no outono, foi observada novamente em 2012 e 2013, regressando aos Açores por três anos consecutivos. Durante uma reunião na universidade em Ponta Delgada, avistei subitamente a ave atrás de um vidro, junto a um ar-condicionado onde tentava nidificar. Foi nesse momento que capturei esta imagem única com a Serra Gorda ao fundo. Um exemplo fascinante de uma ave que alterou sua rota migratória.
1º Lugar (jovens)
Lá vai ele, imagem de Gabriel Costa
Cagarro (Calonectris borealis), perto do ilhéu de Vila Franca do Campo, São Miguel
2º Lugar (adultos)
Últimas silhuetas, imagem de Anxo Cao
Garajau comum (Sterna hirundo), Caloura, São Miguel, verão de 2024
O garajau-comum é uma das aves marinhas mais ubíquas dos Açores, um verdadeiro companheiro de mergulhos das zonas balneares dos Açores durante a época estival; quem ainda não se deliciou a observar os seus mergulhos a pique?
Trata-se de uma elegante ave marinha, conhecido pelo seu voo ágil e cantos característicos. Nos Açores, nidifica sobretudo em zonas costeiras (falésias e ilhéus), mas pode também ocorrer em zonas mais interiores, como é o caso das lagoas das ilhas das Flores e de São Miguel. Estas aves migratórias percorrem milhares de quilómetros entre as áreas de invernada (por exemplo Brasil e Argentina) e os Açores, onde se reproduzem. Estão presentes nas nossas ilhas entre março e setembro, alguns indivíduos podem permanecer até novembro, confirmando a importância dos Açores como habitat vital para a conservação das aves marinhas.
Aqui fica a intenção do fotógrafo Anxo Cao com esta imagem:
Nesta fotografia do entardecer, capturei um garajau comum num momento diferente do habitual. Quis destacar o retorno à sua colónia costeira para descansar. Esta imagem mostra outro lado dos seus hábitos e reflete sua vida noturna.
2º Lugar (jovens)
A caminho do paraíso, imagem de Gabriel Costa
Ao cair da noite os cagarros (Calonectris borealis) iniciam a sua atividade de regresso às colónias.
3º Lugar (adultos)
Fotografia com som, imagem de Francisco Garcia
Grito da gaivota-de-patas-amarelas (Larus michahellis) no ilhéu de Vila Franca do Campo, São Miguel
A gaivota-de-patas-amarelas é uma das aves mais comuns dos Açores e a única espécie de ave marinha residente ao longo de todo o ano. Sendo assim, não é de estranhar que seja um tema comum de fotografia da natureza nos Açores, e uma espécie que já fez parte das imagens vencedoras em anos anteriores. Nidifica em zonas costeiras, mas também em lagoas interiores. Em São Miguel localiza-se a colónia de maior altitude, em pleno Pico da Vara. Apesar de ser comum, desempenha um papel importante no ecossistema, ajudando a manter o equilíbrio natural, por exemplo, promovendo a dispersão de nutrientes e alimentando-se de pequenos roedores e insectos e ajudando a regular as suas populações.
Aqui ficam as palavras do Francisco sobre esta imagem:
O som característico da Gaivota-de-patas-amarelas é inseparável de Vila Franca do Campo. Quem visita a marina ou o ilhéu é recebido pelos seus chamamentos, um pano de fundo natural que compõe a paisagem da região.
3º Lugar (jovens)
Garajau à procura de alimento, imagem de Tiago Freitas
Garajau-comum (Sterna hirundo), Madalena, Pico
O Tiago contou-nos que “estava a fotografar uma garça branca que estava lá ao longe no paredão e fotografei este garajau que não parava de voar de um lado para o outro. De vez em quando lá fazia um voo picado para apanhar um peixe distraído"
Menção Honrosa
Leucogaster no Gilberto Mariano, imagem de Tomás Melo
Fotografia de Alcatraz-pardo (Sula leucogaster) no barco da Atlânticoline durante a travessia entre o Pico e o Faial.
Mais uma imagem de uma ave não nidificante nos Açores. O alcatraz-pardo é uma ave marinha de médio porte, conhecida pela sua plumagem preta e acastanhada e branca e pelos mergulhos espetaculares que faz em busca de alimento. Nidifica em áreas tropicais e subtropicais, preferindo regiões costeiras e ilhéus remotas para nidificar, formando colónias numerosas. No Verão de 2024 uma destas aves fez a delícia dos observadores de aves das ilhas do triangulo e não escapou ao olhar atento do arquitecto Tomás Melo.
Aqui fica a história divertida desta imagem contada pelo Tomás:
Durante uma viagem de ferry entre Madalena e Horta, um Alcatraz surpreendeu todos ao viajar tranquilamente nas cadeiras do piso superior, completamente indiferente à presença humana. Ao sentar-me ao seu lado para tentar fotografá-lo, ele aproximou-se ainda mais de mim, permitindo capturar esta imagem especial. Foi uma experiência memorável, evidenciando como algumas aves utilizam infraestruturas humanas para seu benefício, uma inversão de papéis que me entusiasma e fascina.